Quatro Virtudes Estóicas
Sabedoria
Permite, principalmente, a distinção daquilo que está sob controle próprio daquilo que não está. Permite, também, a distinção entre o que é bom, ruim ou indiferente.
Entre o estímulo e a resposta a ele há um espaço. Neste espaço está o nosso poder de escolher nossa resposta.
A sabedoria vem do agir, e não das palavras.
Para os estóicos, a sabedoria é a capacidade de discernir o que é verdadeiramente importante na vida e agir de acordo com esse entendimento. Ela envolve o conhecimento profundo da natureza humana e do universo, bem como a habilidade de tomar decisões racionais e justas.
Marco Aurélio, em “Meditações”, destaca a importância da sabedoria ao afirmar: “A felicidade da sua vida depende da qualidade dos seus pensamentos”. Isso mostra que a sabedoria está diretamente ligada à maneira como pensamos e interpretamos o mundo ao nosso redor.
Sêneca, em suas cartas, também aborda a sabedoria como a base para todas as outras virtudes: “Nenhum vento é favorável para quem não sabe para onde ir”. Ele nos lembra que a sabedoria nos guia e nos dá direção, permitindo-nos viver de maneira virtuosa e significativa.
A sabedoria estóica nos ensina a buscar o conhecimento, a refletir sobre nossas ações e a tomar decisões baseadas na razão e na verdade. É uma virtude essencial para viver uma vida plena e harmoniosa.
Coragem
A coragem nos ajuda a enfrentar o medo e a adversidade. Ela nos permite agir ao invés de ficarmos paralisados.
A coragem também nos ajuda a sermos curiosos, buscarmos resposta onde outros desistem ou de onde outros fogem.
A coragem, ou fortitude, é a capacidade de enfrentar o medo, a dor e as adversidades com determinação e integridade. Não se trata de ausência de medo, mas sim de agir corretamente apesar dele.
Marco Aurélio, em “Meditações”, lembra da importância de agir com coragem: “Se não for correto, não faça. Se não for verdade, não diga”. Isso significa que a coragem está ligada à honestidade e à integridade em nossas ações e palavras.
Sêneca, em suas cartas, também aborda a coragem como a capacidade de distinguir entre o que é realmente perigoso e o que não é. Ele diz: “Coragem não é temeridade inconsiderada; nem amor pelo perigo, nem apetite pelo espantoso; é a ciência de distinguir o que é o mal do que não o é”. Ou seja, a coragem envolve sabedoria e discernimento.
A coragem estóica nos ensina a enfrentar nossos medos e desafios com confiança, perseverança e um compromisso com o que é justo e verdadeiro. É uma virtude essencial para viver uma vida plena e significativa.
Moderação / Disciplina / Temperança
É o entendimento do equilíbrio, onde o fazer pouco e o fazer demais se encontram no instante ideal.
Para os estóicos, a moderação é a capacidade de controlar nossos desejos e impulsos, mantendo um equilíbrio em todas as áreas da vida. Não se trata de negação ou privação, mas de encontrar um meio-termo saudável.
Marco Aurélio, em “Meditações”, destaca a importância de fazer menos, mas fazer melhor: “Se você busca tranquilidade, faça menos. Ou faça o que é essencial. (…) Pergunte a si mesmo a todo momento: ‘Isso é necessário?’”. Isso nos ensina a focar no que realmente importa e evitar excessos.
Sêneca, em suas cartas, também aborda a moderação como um caminho para a paz interior: “A verdadeira felicidade é desfrutar do presente, sem dependência ansiosa do futuro, não se divertir com esperanças ou medos, mas descansar satisfeito com o que temos, o que é suficiente, pois aquele que é assim não deseja nada”. Aqui, ele lembra que a moderação nos ajuda a encontrar contentamento no presente.
A moderação estóica nos ensina a viver com simplicidade e equilíbrio, evitando excessos e encontrando satisfação nas pequenas coisas. É uma virtude essencial para alcançar a paz interior e a serenidade.
Justiça
Para os estóicos, a justiça é a capacidade de tratar os outros com equidade, respeito e imparcialidade. Ela envolve agir de acordo com a razão e a natureza, buscando o bem comum e o equilíbrio entre os indivíduos e a sociedade.
Marco Aurélio, em “Meditações”, destaca a importância da justiça ao afirmar: “Se, em algum momento de sua vida, tu deves encontrar algo melhor do que justiça, verdade, autocontrole, coragem – deve ser algo realmente extraordinário”. Isso nos mostra que a justiça é fundamental para uma vida virtuosa e significativa.
Sêneca, em suas cartas, também aborda a justiça como uma virtude essencial para a convivência humana: “A justiça é a virtude que distribui a cada um o que lhe é devido, e que mantém a harmonia na sociedade”. Ele nos lembra que a justiça é crucial para manter a paz e a ordem entre as pessoas.
A justiça estóica nos ensina a tratar todos com dignidade e respeito, garantindo que nossas ações sejam justas e equilibradas. É uma virtude essencial para construir uma sociedade harmoniosa e para viver de acordo com os princípios da razão e da natureza.