Brincando com tecnologia - meu Raspberry Pi
Todos os anos tenho o mesmo problema: minha esposa me pergunta o quê quero ganhar de aniversário. E todos os anos, eu não sei o que responder.
Esse ano comprei um iPad para estudar e também usar o mesmo como uma maneira de eliminar o máximo possível de papéis da minha vida. Sempre fui bastante ligado à tecnologia e às mídias digitais, o que facilita bastante.
Carreguei o iPad com os softwares que eu já estava estudando usar, fiz algumas provas de conceito e tudo funcionou perfeitamente como eu gostaria. Foi durante essas provas de conceito que me dei conta de que poderia eliminar também o notebook e partir para algo mais portável… Já tenho um excelente smartphone (Samsung Galaxy Note), tenho o tablet… por quê preciso do notebook? A principal ação eram apresentações e assistir vídeos.
Algo que eu poderia fazer com um equipamento que me permitisse conectar o tablet à TV. A primeira ideia era usar um cabo que permitisse conectar a saída proprietária (lightnining) a um cabo HDMI. Pedi a uma amiga que ia para os Estados Unidos (EE.UU.) comprar para mim. Ela não achou.
A segunda ideia foi usar o dispositivo da própria Apple (Apple TV) para isso. Checando os preços no Brasil, eu gastaria próximo a R$ 400,00 para tê-lo funcionando.
Foi quando eu me lembrei da aquisição de alguns colegas no passado: o Raspberry Pi. Uma placa contendo um sistema completo alimentado via micro USB, com duas saídas USB, uma saída de áudio estéreo, uma saída de vídeo RCA, uma saída HDMI e uma porta ethernet para a rede.
Ao preço de R$ 170,00, considerando a necessidade de comprar mais algumas coisas, sairia pelo menos R$ 100,00 mais barato que o Apple TV. E, com o meu lado engenheiro-nerd, eu me divertiria bem mais.
Problema resolvido! Foi o que pedi de aniversário: um Raspberry Pi.
Feito o pedido, já comprei um adaptador de HDMI para VGA (afinal os projetores e TVs geralmente têm essa entrada, sendo poucos os projetores com HDMI) por R$ 29,90, um cartão SD de 4GB por R$ 22,00 e um dongle WiFi por R$ 35,00.
Para a fonte de força eu usaria uma das que vieram com os tablets que temos aqui, ou com as dos celulares ou com … Como se trata de um conector micro USB, tudo o que tenho que me preocupar é que a fonte seja capaz de fornecer um mínimo de 700 mA (0,7A) e se conseguir chegar aos 1,5A melhor ainda (o sistema drena uma corrente de 700ma a 1200ma / 0,7A a 1,2A).
Instalei o RaspBMC no cartão e fiquei esperando a chegada do meu Raspberry Pi. Dois ou três dias depois -- comprei em uma loja aqui no Brasil (Farnell Newark) -- estava com o meu "brinquedo" novo.
Pluguei todos os componentes, conectei um cabo Ethernet e liguei a TV e o Raspberry Pi. A instalação foi iniciada, tudo foi baixado da Internet rapidamente e em cerca de 15 - 20 minutos eu tinha meu XBMC rodando. E para manipular os menus, os próprios controles das TVs via HDMI-CEC funcionaram perfeitamente. Com isso, configurei a rede WiFi e já pude controlar o Raspberry via iPad ou via meu Galaxy Note, eliminando a necessidade do controle da TV (não usei o cabo HDMI-VGA, era um cabo HDMI puro para essa primeira inicialização antes de configurar a rede WiFi).
Já assisti a alguns vídeos, ouvi músicas e rádio do tablet via TV/Raspberry Pi usando o AirPort. Meu próximo passo é transformar o Raspberry Pi em um hotspot (leia-se: servidor WiFi) para o funcionamento independente das redes WiFi do lugar onde estou. Depois disso, o próximo passo é encontrar maneiras para fazer as apresentações.
A brincadeira está apenas no começo (para o desespero ou alegria da esposa).